Conhecer o saldo completo de todo o estoque, bem como a quantia exata de matéria-prima na fabricação de cada item. E também as perdas existentes ao longo do processo de produção são alguns dados que a empresa deve passar a controlar para aderir ao Bloco K.
Essas informações devem ser repassadas para o governo. O objetivo é que ele tenha um maior controle e fiscalização das atividades empresariais do país. Para tanto, os negócios devem se adaptar, de modo a conseguir fornecer os dados com eficiência.
Além disso, identificar essas informações é vantajoso para o empreendimento. Afinal, desse modo, é possível ter um amplo controle da sua produção. Por consequência, consegue-se precificar os itens com mais assertividade.
Também permite adquirir matérias-primas na medida certa, bem como estipular prazos de entrega mais exatos, etc. No entanto, a implementação do Bloco K SPED fiscal em todas as empresas andam de maneira lenta.
A dificuldade em implementar o novo sistema, a pandemia do coronavírus e as crises financeiras têm adiado o trabalho. De todo o modo, espera-se que até o final de 2022, todos os negócios que possuem a obrigatoriedade do Bloco K já tenham concluído o processo.
E se você quer aprender mais sobre o assunto, continue com a leitura deste artigo. Assim, pode conferir as informações pertinentes ao assunto e presentes nos tópicos a seguir.
•O que é Bloco K e como funciona
•Quais são os registros necessários
•Obrigatoriedade Bloco K para empresas
O que é Bloco K e como funciona
O Bloco K é a versão eletrônica do Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque. Assim como a nota fiscal e outros documentos que passaram a ser exclusivamente virtuais, o Bloco K também tem esse objetivo. Desse modo, ele faz parte do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital.
Na realidade, todo o novo sistema do governo, para que seja possível trabalhar apenas com documentos eletrônicos, oferece muitas vantagens. A facilidade de usar e a simplicidade na transferência de informações são as principais.
Além disso, o Bloco K vai seguir as mesmas normas do antigo livro. Por outro lado, contará com um maior número de informações. Para utilizar o documento, basta que a empresa tenha certificado digital. Ele serve para conferir legitimidade à versão eletrônica.
Vale lembrar que para emitir nota fiscal eletrônica e outros documentos virtuais, as empresas já devem contar com o certificado digital. E apesar de apresentar vantagens para a empresa, também tem o intuito de aumentar a fiscalização do governo.
Desse modo, com o Bloco K, os órgãos que fiscalizam conseguem realizar o controle de estoque do negócio. Assim como verificar a qualidade dos seus produtos. Para entender melhor o que é o Bloco K, vale dizer ainda que sem ele as empresas registram poucos dados de chão de fábrica e de estoque.
Entre eles, o que se fabrica, quais as matérias-primas necessárias e insumos. Mas com o novo sistema, é preciso detalhar mais o processo de produção e o estoque.
Quais são os registros necessários
Com a implementação do novo sistema, as empresas obrigadas Bloco K devem realizar diferentes registros. Veja a seguir quais são os principais:
•Registro 0150: Tabela de cadastro de participante
Nesse registro, é preciso informar as pessoas físicas e jurídicas que participaram das operações ao longo do período apurado.
•Registro 0200: Tabela de identificação do item
Aqui, todos os produtos e serviços da empresa devem ser cadastrados. Além dos itens acabados, deve-se listar ainda os semiacabados, bem como embalagens, matérias-primas e outros.
•Registro K100: Período de apuração do ICMS/IPI
É onde deve constar o período de apuração do ICMS e do IPI. Vale lembrar que em tese começa no primeiro dia do mês e finaliza no último.
•Registro K200: Estoque escriturado
Nesse registro, é preciso informar o saldo em estoque no final do período de apuração. Ou seja, aquele explícito no registro k100. Além disso, é necessário que os dados sejam separadas em categorias. Veja quais são elas:
•Itens de propriedade do negócio e que estejam em seu poder;
•Artigos da empresa, mas que estejam em poder de terceiros;
•Produtos de propriedade de terceiros, porém, que estejam em poder do negócio.
Obrigatoriedade Bloco K para empresas
Os dados referentes ao Bloco K devem ser enviados para o governo todos os meses. Como já visto, eles englobam informações referentes à produção, bem como às despesas com insumos e registro do estoque. A obrigatoriedade é tanto para o varejo, quanto para os atacadistas, indústrias e outros segmentos.
Em um primeiro momento, as empresas que fabricam cigarros e bebidas tiveram que implantar o SPED Bloco K. Depois, foi a vez dos negócios que faturam mais de R$ 300 milhões por ano. No entanto, elas tiveram que enviar somente os Registros K200 e K280.
Cabe dizer que o Registro K280 se refere à correção de apontamento de estoque do período de apuração anterior, informado no Registro 0200.
Na sequência, a obrigatoriedade passou para as com faturamento superior a R$ 78 milhões. As empresas que faturam menos do que isso e os atacadistas foram os próximos da fila. Já a obrigação de enviar as informações completadas está prevista para o ano de 2022.
Além disso, há uma lista de empresas que não precisam usar o Bloco K. São elas as classificadas nos CNAEs 1 a 3. Ou seja, negócios da agricultura, pesca, aquicultura, pecuária e produção florestal. O mesmo serve para as de CNAE 5 a 9, que se refere às indústrias extrativas.
Assim como as de CNAE 33 a 99. Da mesma forma, as empresas optantes pelo Simples Nacional não precisam apresentar o Bloco K. E nem os MEIs – microempreendedores individuais. Mas as que devem entregar as informações precisam se adaptar.
Para ajudar na tarefa, um sistema de gestão é muito útil. Trata-se de um tipo de software amplamente usado por diferentes negócios. Ele oferece várias funções e o Bloco K pode ser integrado a ele. Desse modo, os registros necessários se tornam muito mais simples de executar.